É preciso lavar o arroz antes de cozinhar? Essa é uma pergunta que gerou todo tipo de respostas em fóruns, cozinhas e redes sociais. Com o objetivo de esclarecer a dúvida, a engenheira de alimentos Mariana Zapién, divulgadora nas redes sociais, compartilhou em sua conta no Instagram uma explicação clara, científica e acessível, desmistificando mitos e fornecendo dados importantes que geraram milhares de interações.
Zapién afirma que sim, lavar o arroz pode trazer benefícios, e não apenas por uma questão de higiene. No seu vídeo, ela explica que esse gesto ajuda a eliminar poeira, um pouco de amido e metais pesados como o arsénico, um elemento que o arroz pode acumular durante o seu cultivo em campos alagados.
1. É perigoso?

«Devido às condições de cultivo, o grão pode absorver e acumular parte deste metal», explica Zapién. Embora o arsénico esteja presente naturalmente no solo e na água, também pode chegar por atividade humana, como a mineração ou o uso de pesticidas.
Mas será perigoso? A engenheira responde com dados tranquilizadores: a concentração média de arsénico no arroz é de cerca de 93 partes por bilhão, o que significa que uma pessoa teria de consumir mais de meio quilo de arroz por dia durante mais de quatro anos para sofrer efeitos adversos para a saúde.
2. Benefícios de lavar o arroz
Além disso, a engenheira de alimentos e divulgadora nas redes sociais com mais de 600.000 seguidores destaca que lavá-lo entre três e cinco vezes pode reduzir a quantidade de arsénio em até 30%, e que combinar a lavagem com o cozimento em água abundante pode levar essa redução a 40-45%.
3. Não é obrigatório lavá-lo

Zapién resume com simplicidade: «Se quiser um arroz mais solto e limpo, sim, lave-o. Mas se preferir que fique mais pegajoso, não é necessário». Ela esclarece que não há uma resposta única válida e que a decisão depende do resultado culinário desejado: «Não vai acontecer absolutamente nada. É uma questão de preferência».
Para além dos riscos percebidos, Mariana aposta em informar sem alarmar. Na sua mensagem, deixa claro que o arroz não é um alimento perigoso e que um consumo razoável, dentro de uma dieta equilibrada, não representa qualquer problema para a saúde.
4. Estudos anteriores
Embora o tema possa parecer anedótico, o debate sobre o arsénico no arroz tem sido amplamente estudado pela comunidade científica. Várias investigações coincidem que os níveis de arsénico no arroz variam de acordo com a variedade, o país de origem e as condições de cultivo, mas, em geral, permanecem abaixo dos limites estabelecidos por organismos internacionais.

