A interação entre carros e peões deve ser cordial. Só assim se chega a uma cordialidade com o objetivo de seguir as regras tanto de trânsito como de convivência. Por isso, não é raro agradecer com um gesto ao carro que para e deixa você passar. Isso está se perdendo cada vez mais porque os motoristas fazem o que querem e os peões também, com o objetivo de ir sempre com pressa e chegar a tempo a todos os lugares. De acordo com o Centro Europeu de Psicologia do Trânsito (ECPT), as pessoas que praticam este tipo de gesto, que tem a ver com cortesia, tendem a ter níveis mais elevados de empatia e consciência social. Esses indivíduos valorizam o ambiente coletivo e entendem que o trânsito é um espaço compartilhado, não uma competição. Ao mostrar gratidão, não só reconhecem o ato do outro, como promovem um ambiente mais harmonioso e respeitoso entre os condutores. E, como salientámos, a convivência é muito melhor.
O que significa agradecer com um gesto ao carro que para para o deixar passar
Do ponto de vista da psicologia, este bom gesto tem vários significados e tem muito a ver com a comunicação não verbal. Este princípio é amplamente apoiado por estudos sobre o comportamento humano. De acordo com a Universidade de Oxford, a reciprocidade é um dos pilares fundamentais da cooperação em sociedades complexas.
Reconhecimento social e reciprocidade

Agradecer com um gesto ao carro que para para o deixar passar como peão é um ato de reciprocidade. O condutor realiza um comportamento pró-social (ceder a passagem) e o peão responde com outro comportamento pró-social (agradecer). Assim, ambos ficam satisfeitos. Isto reforça a cooperação entre desconhecidos e mantém a confiança social em espaços partilhados.
Normas de cortesia e coesão social
Como já referimos anteriormente, na maioria das culturas, agradecer é uma norma social para melhorar a convivência entre todos. O gesto comunica: «Reconheço a sua ação e respeito a norma». Portanto, as normas reforçam a sensação de ordem e convivência em situações quotidianas.
Menos tensão e maior compreensão
O gesto é uma forma rápida e eficaz de comunicação não verbal. Entre outras coisas, pode significar gratidão e respeito pelos outros, e não é tudo, também reduz a tensão num espaço onde não é possível falar e evita interpretações negativas sobre a interação entre o condutor e o peão.
Fora conflitos
Como em geral no trânsito, especialmente em determinados horários do dia, costuma haver stress, este pequeno gesto reduz a possibilidade de conflito. Este sinal de agradecimento faz com que o condutor reafirme a norma que existe entre ambos.
Ferramenta de coesão social
Este gesto traduz-se numa ferramenta de coesão social, comunicação emocional e manutenção da cooperação entre desconhecidos, correspondendo a um movimento que dura menos de um segundo, mas que diz muito sobre as diferentes pessoas que estão a interagir entre si. Um relatório publicado pela American Psychological Association (APA) sublinha que a gratidão diária, mesmo em interações fugazes, melhora o bem-estar emocional de quem a expressa. Isto não só reduz o stress pessoal, como também gera um efeito dominó positivo no ambiente. Aplicado à estrada, este princípio traduz-se numa melhor convivência e numa menor probabilidade de conflitos entre condutores.

A importância da comunicação não verbal
Os psicólogos da Psicólogos Aldama especificam que essa comunicação tem uma importância elevada dentro da comunicação, uma vez que está sempre presente. Ou seja, mesmo que decidamos não intervir numa conversa, ficando em silêncio, estaremos a comunicar através da linguagem não verbal.
As funções deste tipo de comunicação são, segundo estes especialistas:
- Substituir: através de mensagens não verbais, é possível substituir a comunicação verbal. Por exemplo, podemos expressar tristeza através de gestos quando nos perguntam como estamos.
- Repetir: ajuda a reiterar uma mensagem sem necessidade de recorrer a elementos verbais. Por exemplo, «quando se expressou a palavra não ao destinatário e se quer repetir negando com a cabeça».
- Enfatizar: acompanha a parte verbal, complementando-a. Por exemplo, quando damos uma boa notícia e a acompanhamos com um sorriso e movimentos corporais específicos.
- Regular: ajuda a organizar a interação. «Um exemplo é quando, através de um gesto, a pessoa expressa que terminou de falar e que quer ouvir a outra parte.
- Contradizer: às vezes, a comunicação não verbal é contrária ao que está a ser expresso verbalmente. “Embora isso não seja intencional, é útil para o receptor da mensagem, pois ele pode duvidar da sinceridade da mensagem do emissor”, segundo esses psicólogos.
Como podemos fazer o gesto de agradecimento
- Levantar a mão com a palma aberta.
- Inclinar ligeiramente a cabeça ou sorrir.
- Fazer uma pequena saudação à distância.

