Arqueólogos descobriram um conjunto completo de armaduras em escavações arqueológicas em Kank, Uzbequistão. A descoberta revela segredos dos guerreiros e rituais da Ásia Central. A descoberta arqueológica no Uzbequistão revoluciona o estudo das culturas antigas. Durante as escavações no monumento arqueológico de Kank, na região de Tashkent, os investigadores descobriram um conjunto completo de armaduras, datado dos séculos V-VII d.C., junto aos restos de um templo monumental. Esta descoberta fornece novas pistas sobre a interação entre povos nómadas e sociedades urbanas na fronteira do antigo reino de Chach.
Armadura única na Ásia Central
O artefacto, feito de placas metálicas articuladas e restos de um cinto decorado, foi encontrado numa câmara subterrânea na parte oriental do templo. Pode ser interessante Descoberta histórica: milhares de toneladas de ouro encontradas a mais de 1900 metros acima do nível do mar abre numa nova página Pode ser interessante Descoberta do século: achado onde dezenas de toneladas de ouro jazem a 2000 metros de profundidade no fundo do mar, e tudo isso pertence a uma única província abre numa nova página
Os especialistas acreditam que ela pertencia a um guerreiro de alto escalão e, após o uso, tornou-se um objeto ritual. Sua localização sugere que ela poderia ter sido uma oferenda a uma divindade protetora ou parte de uma cerimônia militar. O que torna esta descoberta excepcional é o seu estado de conservação: é uma das poucas armaduras completas encontradas na Ásia Central desse período. De acordo com os arqueólogos, a fabricação da armadura reflete a tradição metalúrgica avançada na bacia do Syr Darya, com influências persas e sogdianas adaptadas ao estilo de vida nómada. Descoberta inédita | Armadura de um guerreiro que viveu há 1500 anos encontrada em escavações arqueológicas

Kanka: cidade entre culturas
O sítio arqueológico de Kanka é um dos centros urbanos mais antigos do oásis de Tashkent. Habitada desde o século IV a.C. até o século XII d.C., foi identificada por fontes clássicas como Antioquia de Yaksartes, colónia selêucida. A sua localização estratégica tornou-a um ponto de encontro entre os mundos helenístico, iraniano e turco. A cidade tinha muralhas, templos, oficinas e armazéns, o que atesta uma intensa troca cultural. As escavações revelaram que o grande templo onde a armadura foi encontrada era inicialmente um santuário zoroastriano e, alguns séculos mais tarde, após a expansão islâmica no vale de Chach, tornou-se uma mesquita. Esta sobreposição mostra como as crenças se transformaram, sem apagar a sacralidade do local.
Mais do que um achado militar
Além da armadura, foram encontrados fragmentos de cerâmica, ossos e pigmentos vermelhos. A equipa utilizou fotogrametria 3D para documentar cada detalhe e recriar o contexto do enterro. Esses dados permitirão compreender se a armadura fazia parte de um ritual ou se representava o túmulo simbólico de um guerreiro. A descoberta coincide com um período importante: a transição do domínio dos heftalitas para a expansão dos primeiros canatos turcos. Naquela época, Kanka servia como bastião defensivo e centro comercial na fronteira com o Irão sassânida. Pode ser do seu interesse Encontradas as menores pegadas de dinossauros do mundo, que revolucionam a história abre numa nova aba Pode ser do seu interesse Descoberta sem precedentes: encontrada pirâmide subaquática mais antiga do que as pirâmides egípcias abre numa nova aba As armaduras encontradas em Kanké não só revelam detalhes da tecnologia militar da Antiguidade tardia, mas também o lado espiritual das sociedades que habitavam a Ásia Central. Esta descoberta confirma que Kanké era um cruzamento de caminhos, onde guerreiros, comerciantes e crenças coexistiram por mais de mil anos.

