A invenção do século | Cientistas criam um microrrobô capaz de entrar no organismo e administrar o medicamento no local afetado

Um método concebido para evitar reações indesejadas no organismo. Conheça os detalhes. A ciência volta a surpreender com um avanço que pode transformar a forma como os tratamentos médicos são administrados. Um grupo de investigadores suíços desenvolveu um microrrobô do tamanho de um grão de areia, capaz de se deslocar dentro do corpo humano por meio de campos magnéticos e liberar medicamentos de forma precisa, sem afetar outras áreas do organismo. «Estamos apenas na ponta do iceberg», afirmou Bradley J. Nelson, principal autor do estudo publicado na revista Science, ao destacar o enorme potencial desta tecnologia para reduzir os efeitos secundários que hoje impedem o avanço de muitos medicamentos em ensaios clínicos.

Como funciona o microrrobô que pode viajar pela corrente sanguínea

Este minúsculo dispositivo é controlado externamente usando ímanes, «como se fosse um controlador de consola», explicam os seus criadores. Os especialistas podem acompanhar o seu percurso em tempo real através de raios X e guiá-lo mesmo contra o fluxo sanguíneo, algo impensável com os métodos atuais. A cápsula já foi testada com sucesso em porcos, animais cujo sistema vascular é muito semelhante ao humano, o que permitiu demonstrar que pode levar um medicamento exatamente ao ponto onde deve atuar.

Uma mudança radical no funcionamento dos comprimidos tradicionais

Um dos principais problemas dos tratamentos orais é que o medicamento viaja por todo o corpo. Quando se toma uma simples aspirina, essa molécula percorre áreas onde não há dor nem inflamação, o que aumenta os riscos de efeitos indesejáveis. Com este novo microrrobô, o medicamento chega apenas ao tecido alvo, evitando que se disperse e melhorando significativamente a precisão terapêutica.

Possíveis utilizações: do cancro cerebral aos aneurismas

Nelson está convencido de que esta tecnologia abrirá as portas a novas abordagens clínicas: «Acho que os cirurgiões vão estudar isto. Tenho a certeza de que terão muitas ideias sobre como utilizar o microrrobô», afirmou o investigador. De acordo com os especialistas, ele poderia ser usado para intervenções minimamente invasivas em:

  • Aneurismas
  • Cânceres cerebrais altamente agressivos
  • Malformações arteriovenosas

Além disso, a cápsula é fabricada com materiais seguros e, segundo Nelson, “podemos ativar a cápsula para que se dissolva” quando o procedimento for concluído.

A opinião de outros especialistas

Para Howie Choset, professor de robótica e bioengenharia na Universidade Carnegie Mellon, este avanço marca um antes e um depois: «Tento não exagerar, mas este trabalho, no que diz respeito à capacidade de fornecer cuidados de alta precisão, é, de longe, o mais emocionante de todos os que já vi».

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