Ethereum recupera o nível de US$ 2.900 após subir mais de 4% e as altcoins recuperam até 8,5%. O Banco Central Europeu alerta para retiradas valiosas de stablecoins. OUVIR O RESUMO DA NOTÍCIA00:00Tempo decorrido: 0 segundos00:46Duração: 46 segundosRay Dalio alerta sobre os riscos do bitcoin e duvida do seu futuro como «ouro digital»Bitcoin continua a cair: perde mais de 30% desde o seu máximo histórico e caminha para o seu pior mês desde 2022
As criptomoedas melhoram o seu desempenho diante da crescente expectativa de corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve. O Bitcoin avança 1% para US$ 87.700, enquanto o Ethereum salta 4,9% e volta a recuperar o nível de US$ 2.966. As stablecoins estão estáveis, depois que o Banco Central Europeu (BCE) alertou que elas poderiam retirar valiosos depósitos de varejo e levar a um colapso financeiro mundial.
As altcoins subiram até 8,5%, lideradas pela Ripple (XRP), seguida pela Solana (+4,9%), Dogecoin (+4,4%) e Cardano (+4,2%). Enquanto isso, as stablecoins como USDC e Tether estão sendo negociadas com uma queda de 0,1%.Saiba maisBitcoin reduz queda e recupera o nível de US$ 87.000Bitcoin se mantém acima de US$ 90.000, mas acumula uma queda de 30% desde seu recorde
Renovada expectativa de corte nas taxas
«Esperamos outro corte do Fed em dezembro, seguido de mais dois movimentos em março e junho de 2026, que levarão a taxa dos fundos para 3-3,25%», disse em nota Jan Hatzius, economista-chefe do Goldman Sachs. «Os riscos para o próximo ano apontam para mais cortes, uma vez que as notícias sobre a inflação subjacente têm sido favoráveis e a deterioração do mercado de trabalho pode ser difícil de conter através da modesta aceleração do crescimento cíclico que esperamos», acrescentou. Os futuros dos fundos da Fed apontam agora para uma probabilidade próxima de 60% de que a Fed reduza 25 pontos base no próximo mês.

As “stablecoins” podem desviar os depósitos bancários, alerta o BCE
As criptomoedas estáveis, ativos digitais projetados para manter um valor estável, ganharam popularidade e seu valor de mercado já ultrapassa os US$ 280 bilhões, um número relativamente pequeno, mas notável, porque os emissores foram os maiores compradores de títulos do Tesouro dos EUA. Elas são concebidas como depósito de valor e para realizar pagamentos transfronteiriços, mas seu uso real é a compra de criptoativos, afirma o BCE em um artigo publicado na Financial Stability Review, no qual acrescenta que cerca de 80% de todas as operações realizadas atualmente em escala mundial em plataformas centralizadas de negociação de criptoativos são feitas com “stablecoins”.
«Um crescimento significativo das stablecoins poderia provocar saídas de depósitos de retalho, diminuindo uma importante fonte de financiamento para os bancos e deixando-os com um financiamento mais volátil em geral», afirmou o BCE. Mas o principal risco é representado por uma possível fuga dos investidores, uma vez que as duas maiores criptomoedas estáveis estão entre os maiores detentores de títulos do Tesouro dos Estados Unidos e têm reservas de ativos comparáveis às dos 20 maiores fundos do mercado monetário.
«Uma retirada maciça destas ‘stablecoins’ poderia desencadear uma venda maciça dos seus ativos de reserva, o que poderia afetar o funcionamento dos mercados do Tesouro dos Estados Unidos», acrescentou o BCE. Essas fugas também poderiam afetar a zona do euro se uma entidade da União Europeia e outra de um país terceiro emitissem conjuntamente uma criptomoeda estável fungível, uma vez que a regulamentação da UE é mais rigorosa e é mais provável que os investidores a escolham para o seu resgate. «Isto poderia deixar os emissores da UE com ativos de reserva insuficientes sob a supervisão das autoridades da UE para satisfazer os pedidos de reembolso combinados feitos por detentores de tokens da UE e de fora da UE, amplificando os riscos de fuga na UE», acrescentou o BCE.

